Um ser doce, um sonhador, um vagabundo do espφrito e, se a fortuna o acompanha, um vagabundo na vida real. Mas a vida costuma ser bastante dura para os sonhadores, de maneira que lhe resta como recurso deixar em exclusiva a parcela das sonhos para o seu uso privado e afrontar a realidade como uma carga aceitßvel; sobretudo, porque os outros tambΘm a aceitam e ele se sente parte de um todo. Como companheiro, um ser encantador; como amigo, um bem precioso, tranqⁿilo, equΓnime e tπo resistente como o aτo mais firme perante as contrariedades, por muitas que sejam e por muito seguidas que apareτam. Se sofre (coisa que tem que suceder-lhe, invariavelmente, pela triste realidade da dor e do sofrimento, pr≤prio e alheio), ninguΘm vai notß-lo, pois se ele nπo gosta que lhe perturbem os seus sonhos, considera ainda mais imperdoßvel perturbar os dos outros.